07/11/2023

Este texto foi construído a partir de um grupo de estudos e veio a integrar o livro do CEP, “Pulsão de morte: A inegável existência do mal”, quando da comemoração do centenário do “Além do princípio de prazer”, de 1920, de Freud.

A estreita relação entre a melancolia e a RTN foi pensada baseando-nos no fato de que, quando o Eu incipiente, no período do narcisismo, não é investido satisfatoriamente pelo mundo externo, o sujeito fica ligado, identificado ao objeto primário que causou a decepção.

Como a situação traumática insiste em se manifestar, através de descarga mecânica, quando ela retorna ao setting, pode gerar resultados nefastos no processo analítico, que se expressam por reações terapêuticas negativas (RTN), podendo levar ao impasse, até chegar à interrupção do processo analítico.

Temos presenciado na clínica, com certa frequência, estados narcísicos decorrentes de pobreza ou inadimplência nos vínculos objetais que promovem estados melancólicos. Esses estados, pensamos, estão mascarados por um masoquismo mortífero, como desenvolvido por Freud (1924), ao diferenciá-lo do masoquismo guardião da vida e não somente da vida psíquica, e por Rosenberg (2003), que desenvolve sua tese a partir do referencial freudiano. 

Nosso objetivo com este texto foi pensar na articulação possível entre quadros melancólicos e reação terapêutica negativa – impasse clínico que é, em geral, reconhecidamente desencadeado pelo masoquismo moral. Ao apresentar uma roupagem masoquista, a melancolia causada por um fracasso na narcisização primária não poderá ser acessada, pela ausência de representação palavra e incapacidade de simbolizar o não vivido, tornando-se ruidosa através de atuações dentro e fora do setting – frequente sensação de fracasso a cada possibilidade de avanço (RTN) ou silenciosa, quando o analisando interrompe, abruptamente, o processo analítico. 

Desfrute do nosso texto acessando o LINK PDF

Assista o Sarau de Lançamento do Livro “Pulsão de morte: A inegável existência do mal” neste LINK

2021